Revista Referência

Pesquisadores utilizam o Parque Estadual do Sumidouro para realizarem ações ambientais educativas

RESGATE CULTURAL E ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA NO PARQUE ESTADUAL DO SUMIDOURO, MG

A implantação de Centros para divulgação das descobertas da ciência e do conhecimento gerado por meio da pesquisa é de extrema importância para o desenvolvimento do senso crítico e preservação da natureza, principalmente em locais com importância histórica, cultural e ambiental como o Parque Estadual do Sumidouro (PESU), que se destaca pela beleza cênica e relevância ecológica. A implantação do Centro de Difusão do Conhecimento Científico-Tecnológico vem ao encontro dos objetivos do parque, que são possibilitar a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. Por meio deste trabalho foi possível estruturar o espaço da Unidade de Conservação e viabilizar a realização de uma série de atividades e oficinas interativas para desenvolver a educação ambiental com os visitantes das mais diversas formações e faixa etária. Focou-se no aprimoramento do conhecimento que os condutores do PESU tinham sobre os aspectos históricos, culturais e ambientais do parque e no processo de geração de conhecimento para que os professores das escolas públicas do entorno do PESU pudessem envolver os alunos com a preservação da natureza e o resgate da história local. Esse processo apresenta uma abordagem inovadora na forma de disseminar o conhecimento gerado, pois os visitantes levarão do parque mais do que imagens inesquecíveis, uma vez que terão uma ideia da interação entre homem e natureza neste local, que apresenta mistérios que ajudam o homem a encontrar respostas sobre sua origem.

Palavras-chave: Difusão do conhecimento; Educação Ambiental; Unidades de Conservação.

The establishment of centers for dissemination of the knowledge generated through scientific research is of utmost importance for the development of critical thinking and preservation of nature, especially in places with historical, cultural and environmental importance, such as the State Park of Sumidouro – PESU, noted for its scenic beauty and ecological importance. The implementation of the Scientific and Technological Knowledge Diffusion Center is consistent with the objectives of the park, which are to enable the execution of scientific research and the development of educational activities and environmental interpretation, recreation in contact with nature and ecological tourism. Through this work, it was possible to structure the space of the park and allow the realization of a set of activities and interactive workshops to develop environmental education to visitors from different backgrounds and age groups. The focus on improving the knowledge that PESU visitor’s guides had about the historical, cultural and environmental aspects of the park, and in the knowledge generation process, aimed to enable public school teachers from PESU surroundings to engage students with the preservation of nature and the recovery of local history. This process presents an innovative approach in order to disseminate the knowledge generated, making visitors to take more than unforgettable images from the park, once they will have an idea of the relation between man and nature in this region, which presents mysteries that help man to find answers about their origin.

Keywords: Knowledge Diffusion; Environmental Education; Conservation Units.

1 | Introdução

Entre os 23 Parques Estaduais de Minas Gerais está o Parque Estadual do Sumidouro (PESU) criado pelo decreto nº. 20 375/80, como medida compensatória pela construção do Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Está localizado no norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, possui uma área de dois mil hectares e situa-se nos municípios de Pedro Leopoldo e Lagoa Santa, distante 35 km da capital mineira.

O PESU integra o circuito turístico das grutas em uma região reconhecidamente frágil em função das características geológicas, hidrogeológicas, paleontológicas e arqueológicas. Esta é uma região conhecida como o berço da paleontologia, espeleologia e arqueologia em função do relevo marcado pela presença de rochas carbonáticas, surgências, sumidouros e cavernas ricas em espeleotemas e fauna cavernícola. O carste tem um significado especial para a história da ciência e da cultura, pois se torna, ao longo do tempo, pioneiro de pesquisas. A aglomeração de grutas e abrigos guarda grande quantidade de fósseis pleistocênicos, entre eles a chamada megafauna extinta, e os vestígios da ocupação humana pré-histórica no Brasil, que incluem painéis rupestres, utensílios e ossadas (ABUHID et al., 2010).

Ações educativas e preventivas, incentivando pesquisas relacionadas a arte rupestre e outros testemunhos do homem primitivo e a conservação das construções e ocupações históricas na região são a base para manutenção do PESU como importante patrimônio natural. Dentre as ações de educação ambiental desenvolvidas no parque, o turismo pedagógico se destaca como proposta para realização de práticas educativas e de divulgação da ciência e das descobertas da região.

Em 2013 foi implantado no PESU o Centro de Difusão do Conhecimento Científico-Tecnológico, espaço destinado à promoção de atividades de educação não formal, lúdicas e interativas de divulgação da ciência e história da região.

A educação não formal, que se processa fora do ambiente escolar é vinculada pelos museus, jardins botânicos e zoológicos. No caso dos parques, as atividades educativas são dirigidas a um público heterogêneo, procedente de diferentes grupos sociais e diferentes faixas etárias. A utilização dos parques como espaços para esse tipo de educação vem, há muito tempo, sendo desenvolvido em países como os Estados Unidos, Canadá, países europeus, asiáticos e da Oceania. De acordo com Costa e Costa (2000), as atividades oferecidas nestes espaços induzem a interação entre os visitantes, população local e os seres vivos da área, tornando as visitas mais lúdicas e abrindo espaço para a realização de aprendizagem concreta.

Segundo a Agenda 21 Global (CNUD, 1992) um dos papéis da ciência é oferecer informações para permitir uma melhor formulação e seleção das políticas de meio ambiente e desenvolvimento no processo de tomada de decisões, sendo necessário desenvolver o conhecimento científico e torná-lo acessível às populações, respondendo assim às necessidades que forem surgindo ao longo deste processo.

De acordo com Carneiro (2009) a divulgação científica como meio de socialização do conhecimento parece ser consensual, pois parte-se do princípio de que existe defasagem entre a sociedade e a comunidade científica.

Assim, esse material tem o objetivo de divulgar as principais ações implementadas no PESU para transformar a história, cultura e tradição do local, em conhecimento de livre acesso à comunidade, estudantes locais e visitantes do parque.

2 | Metodologia

Durante o processo de concepção das atividades do Centro de Difusão foram realizadas ações com foco no desenvolvimento de oficinas e atividades para a realização da Educação Ambiental na unidade de conservação. Em sua primeira etapa, o projeto consistiu em buscar o aprimoramento do conhecimento técnico apresentado pelos condutores. Realizou-se uma avaliação direcionada em temas relativos ao contexto do parque. Na avaliação, apresentou-se também questões sobre a situação socioeconômica, com intuito de avaliar a aceitação dos condutores com a recente implantação da unidade de conservação, e também questões de caráter científico e histórico, para avaliar a compreensão dos mesmos nas áreas de paleontologia, arqueologia, biologia e espeleologia. O resultado das avaliações permitiu conhecer a situação dos condutores e levantar as áreas de interesse nas atividades desenvolvidas pelos mesmos na unidade de conservação. A partir daí, selecionou-se áreas do conhecimento para a realização de minicursos e palestras, que foram ministrados com a colaboração de professores do Centro Universitário de Sete Lagoas – UNIFEMM e profissionais do Instituto Estadual de Florestas – IEF, visando-se o repasse de conhecimento técnico em áreas de interesse para o trabalho dos condutores, por meio da contextualização com a Unidade de Conservação – UC.

Na segunda fase, elaboraram-se atividades de Educação Ambiental a serem aplicadas no Centro de Difusão. Em um processo inicial, estudou-se os recursos oferecidos pelo parque para a consolidação de atividades ambientalmente educativas. Para isso, realizou-se uma imersão na unidade de conservação, na qual foram visitados os principais atrativos do parque e identificadas áreas de trabalho para elaboração de atividades educativas. Juntamente com esta análise, procurou-se identificar no local de implantação do Centro de Difusão, recursos físicos que serviriam de auxílio para o desenvolvimento e aplicação de atividades. Após esta etapa inicial, realizou-se uma busca bibliográfica sobre as áreas de conhecimento identificadas durante a imersão, assim como sobre técnicas de elaboração de atividades relacionadas com tais áreas. O levantamento de conhecimento sobre atividades educativas foi realizado em colaboração com um profissional em Arte Educação, garantindo-se experiência técnica no processo de desenvolvimento. A partir de todo material e conhecimento obtido, assim como a noção dos recursos a serem aproveitados na área de implantação, elaborou-se as metodologias das oficinas e atividades que se enquadravam no contexto do parque.

A efetividade da metodologia de uma atividade é um dos principais fatores a serem verificados no processo de desenvolvimento da mesma. Para se observar a aplicabilidade das oficinas, realizou-se a prática das atividades educativas com o público-alvo, que são alunos do ensino básico. Para a aplicação, simulou-se a realização das atividades seguindo a metodologia e simulando os recursos físicos desenvolvidos no parque.

O trabalho de preparação dos aplicadores também é fundamental para o sucesso da atividade. Com objetivo de capacitar os condutores para o trabalho com as oficinas, realizou-se treinamentos e workshops com os funcionários da unidade de conservação, com capacitações teóricas e práticas.

Em sua última etapa, o projeto visou o desenvolvimento de uma cartilha, um material no qual foram dispostas todas as informações e noções necessárias para realização das atividades para o público-alvo. Foram reunidos dados e materiais relacionados tanto à unidade de conservação, quanto às atividades e oficinas disponibilizadas pelo Centro de Difusão e buscou-se introduzir curiosidades e atividades lúdicas no material, como jogos e brincadeiras, com o objetivo de garantir a interação do público-alvo com o material, além de reforçar todo o conhecimento repassado durante a aplicação das atividades.

3 | Resultados e discussão

3.1 Aprimoramento do conhecimento técnico dos condutores

Em uma análise geral, pode-se considerar que os treinamentos anteriormente citados cobriram as principais demandas que surgem no trabalho dos condutores. Os treinamentos em Arqueologia, Paleontologia, Biodiversidade, Espeleologia e Geomorfologia Cárstica reforçaram a contextualização com a situação da unidade de conservação de uma forma geral. A abordagem destas áreas durante a condução pelas trilhas ecológicas, como também pelas grutas e museu, ressalta a importância destas áreas do conhecimento. Deve-se ressaltar que um dever dos condutores é manter a relação entre as várias áreas de conhecimento, no processo interpretativo das atividades guiadas, envolvendo o conhecimento local e seus aspectos etno-sociais, além do conhecimento científico, que é repassado a estes agentes por meio de cursos de capacitação (RIBAS e HICKENBICK, 2012).

Centros de Educação Ambiental são espaços preparados para a realização de atividades educativas relativas ao meio ambiente. O sucesso deste trabalho está relacionado diretamente ao trabalho de condutores e instrutores durante a aplicação de tais atividades, que exigem de forma consistente uma contextualização da atividade com o tema abordado. A relação entre a unidade de conservação e a comunidade é fortalecida pela ação destes agentes, uma vez que são responsáveis pelo “envolvimento da comunidade local no processo de turismo” (SENNA, ADORNO e MAGALHÃES, 2004). A efetividade do trabalho de condutores em relação à Educação Ambiental está estritamente relacionada com o repasse de conhecimento sobre o tema abordado. Segundo Carvalho e Bello (2004), a criação de um contexto e conhecimento juntamente com os condutores é um importante resultado gerado a partir de mecanismos como os treinamentos em educação ambiental.

O treinamento em Legislação Ambiental foi realizado como um meio de situar os funcionários com os objetivos, regras e funcionalidades de uma unidade de conservação. De acordo com a lei 9985 (BRASIL, 2000), as comunidades abrangidas pela unidade devem possuir a garantia de acesso a informações sobre a UC. Durante o período de realização do projeto verificou-se forte resistência da população local, na qual a grande maioria dos condutores está inclusa, com a implantação do parque na região. O trabalho visou debater a legislação com os condutores, criando uma discussão envolvendo a legislação e experiências vividas pelos condutores no processo de implantação do parque. Para Sorrentino et al. (2005), a educação ambiental nasce como um processo educativo que conduz a um saber ambiental materializado nos valores éticos e nas regras políticas de convívio social e de mercado, que implica a questão distributiva entre benefícios e prejuízos da apropriação e do uso da natureza. Com isso, a conscientização voltada para as questões legais sobre os usos da UC é fundamental para a integração entre parque e comunidade.

Durante o processo de treinamentos no parque, o projeto deparou-se com algumas dificuldades. A alta rotatividade de funcionários durante esta etapa demandou que alguns minicursos fossem ministrados mais de uma vez. Outra dificuldade com relação à presença de funcionários foram as datas disponibilizadas pelo parque para os treinamentos. Os minicursos foram realizados durante a folga dos condutores, o que foi um fator desmotivante para os mesmos. Por fim, uma grande dificuldade inicial foi o local para os treinamentos. Para suprir esta demanda, o espaço onde funcionava uma garagem foi adaptado em trabalho conjunto com funcionários do parque e transformado em uma área para treinamentos do Centro de Difusão.

3.2 Elaboração de atividades educativas

O trabalho em Educação Ambiental por meio de oficinas e atividades educativas requer uma inter-relação entre as práticas e o ambiente de trabalho. A elaboração destas atividades no PESU englobou o conhecimento científico gerado na UC, valorizando diversas áreas estudadas na região, absorvendo-se também elementos da cultura local. Outro fator importante considerado neste processo foi a acessibilidade. O acesso de pessoas deficientes à educação é um direito previsto pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, instituído pela lei 13146 (BRASIL, 2015).

Juntamente ao processo de elaboração das oficinas, foi feito um trabalho de adaptação do local para a realização das mesmas. As intervenções físicas no local foram feitas respeitando princípios de sustentabilidade e aplicando técnicas de bioconstrução. O quadro 1 apresenta as modificações feitas no espaço físico do Centro de Difusão.

QUADRO 1 – Melhorias estruturais executadas para implantação do Centro de Difusão

Local Função pós-reforma Intervenção
Biblioteca Biblioteca e área de convívio Pintura; reforma do banheiro; organização do acervo e instalação de equipamentos.
Garagem Área para palestras Pintura do telhado; instalação de paredes de bambu e cadeiras.
Área externa Oficinas de arqueologia e paleontologia Construção de paredes utilizando técnicas de bioconstrução (bambu-a-pique e hiperadobe); construção e instalação de mesa de atividades com cobertura; reforma no revestimento externo do tanque e troca da areia. Construção de pavimento em formato circular para realização de atividades de contação de histórias.
Trilha Trilha inclusiva Instalação de corda-guia e placas de identificação em braile.

FONTE: Dados da pesquisa.

A metodologia das atividades foi definida observando-se o contexto em que a unidade está inserida. Na educação ambiental, deve ser observada a busca pela compreensão das relações entre o homem e o meio, e o desenvolvimento de sentimentos de preocupação pelo meio ambiente (MELOWS apud DIAS, 1992). As atividades desenvolvidas e suas respectivas metodologias estão apresentadas no quadro 2. Um dos focos das metodologias propostas foi englobar diversos aspectos referentes à região por meio de atividades que instigam os visitantes a serem criativos e aptos a aplicarem os conhecimentos adquiridos na visita. De acordo com Klein et al (2005), os instrumentos que demandam a aplicação de habilidades, técnicas, atitude e criatividade servem como facilitadores para o envolvimento afetivo e percepção de valores que visam o desenvolvimento do participante e também do grupo.

QUADRO 2 – Metodologia das atividades propostas para o Centro de Difusão

Atividade Descrição
Seja um homem das cavernas Os participantes registram em uma parede desenhos que retratam seu dia a dia. Visa proporcionar aos participantes a vivência de pensarem e expressarem seus sentimentos cotidianos como os homens das cavernas.
Seja um paleontólogo Vivência das atividades de um paleontólogo através da escavação de um tanque de areia em busca de fósseis típicos da região de Lagoa Santa.
Pintando na pedra Contextualização das pinturas rupestres por meio da pintura utilizando moldes dos diferentes tipos de grafismos.
Viajando no tempo Visualização e apresentação das características de três eras geológicas (Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica), observando um painel contendo camadas estratigráficas e réplicas de fósseis.
Trilha do Caxinguelê Trilha interpretativa adaptada para possibilitar a inclusão de deficientes visuais em atividades de Educação Ambiental.
O Baú de Peter Lund Contextualização com a história do naturalista dinarmaquês Peter Lund, utilizando um baú contendo objetos simbólicos que fizeram parte de sua vida.
Bandeirantes mirins Mini-imersão na vida e história do bandeirante Fernão Dias, com a exploração de alguns locais típicos da região de Quinta do Sumidouro.
Círculo de contação de histórias Divulgação ao ar livre de histórias sobre o parque e região do Sumidouro.

FONTE: Dados da pesquisa.

As oficinas e atividades desenvolvidas foram aplicadas junto a alunos de duas instituições de ensino da cidade de Sete Lagoas (figura 1). A faixa etária dos alunos submetidos às atividades esteve dentro de uma faixa de 4 a 10 anos, sendo esta a prevista durante o planejamento das oficinas. Além da apreensão de valores, a avaliação e aplicação das oficinas deve permitir uma reflexão em relação à percepção dos educandos, e auxilia na análise e replanejamento das atividades (ALMEIDA, BICUDO e BORGES, 2004).  Nas datas de aplicação, observou-se grande interesse tanto dos alunos quanto dos docentes em relação às atividades propostas, mesmo que não estivessem inseridos em uma área com influência direta do Parque Estadual do Sumidouro ou da cultura da região.

FIGURA 1 – Aplicação das oficinas em escolas de Sete Lagoas-MG

FONTE: Os autores

Em um último momento, foi realizado um workshop para a apresentação das oficinas aos condutores do parque (figura 2). Neste treinamento, foi possível trabalhar as metodologias e discutir com os condutores as demandas que possam surgir durante a aplicação das atividades junto aos alunos visitantes.  Foi observada grande aceitação dos condutores com os métodos propostos. Assim como nos minicursos aplicados durante a fase inicial do projeto, a rotineira mudança no quadro de funcionários do parque gerou contratempos para este trabalho de esclarecimento sobre as metodologias a serem aplicadas.

3.3 Desenvolvimento de cartilha

Com base nas oficinas desenvolvidas e outras informações sobre o PESU, foi desenvolvido um material didático para suporte e divulgação das atividades. Conjuntamente, foi elaborado um encarte com atividades lúdicas, como jogos de caça-palavras e de colorir, visando maior interação com o público-alvo. A cartilha apresenta uma introdução à UC, sua importância e localização, além da exposição de todas as atividades possíveis de serem realizadas no parque. As cartilhas desempenham uma dupla função no processo de divulgação, abordando tanto aspectos de difusão do conhecimento científico, quanto estratégias de marketing (MENDONÇA, 2006). Foram impressos 10.000 exemplares da cartilha e 5.000 do encarte de jogos, que foram distribuídos para escolas e outras instituições para a divulgação e atração de visitantes ao Centro de Difusão.

FIGURA 2 – Apresentação da metodologia das oficinas aos condutores do parque

FONTE: Os autores

4 | Conclusão

A presença de centros de educação ambiental é significativa para as unidades de conservação, uma vez que permitem o trabalho de educação ambiental e patrimonial nestas áreas protegidas. Este trabalho demostrou a importância da atenção à capacitação e formação dos condutores das oficinas, proporcionando um melhor repasse dos conhecimentos proposto pelas atividades. A valorização das características da área de implantação propiciou uma melhor aceitação da população local com a unidade de conservação e com os trabalhos de implantação do centro, além de acarretar em um maior interesse dos condutores. Além disso, a exploração das características local nas metodologias das oficinas proporcionou maior sensibilidade da comunidade em relação à conservação do patrimônio natural e cultural do parque. A implantação de um centro de difusão de conhecimento possibilita a divulgação científica em áreas protegidas. A utilização de atividades lúdicas para educação ambiental e patrimonial dos visitantes da unidade de conservação garante o acesso ao conhecimento gerado nestas áreas, que usualmente não é disponível para a população em geral, sobretudo para a comunidade local.